Visualização de informação e interpelação dos sujeitos sociais
DOI:
https://doi.org/10.51358/id.v19i2.972Resumo
As teorias de enunciação criadas no âmbito da linguística e da teoria da mídia, apesar de raramente empregues nas discussões críticas de visualização de informação, proporcionam a compreensão do modo como os dispositivos gráficos criam e interpelam os sujeitos sociais. Este artigo argumenta que não obstante as convenções gráficas empregues na visualização de informação criarem a aparência de enunciações neutras, de fato elas estão estruturadas como modos de interpelação. As ferramentas críticas podem revelar as relações de poder estruturadas nas visualizações e abordar os modos através dos quais um sujeito social, especificamente localizado dentro de sistemas culturais, é produzido e posicionado por estas características. Mais ainda, ao empregar como exemplo os mapas já familiares de surtos de Covid, esta discussão mostra as várias formas através das quais a experiência humana, individual e coletiva, é apagada do contexto, ainda que a escala da tragédia e do sofrimento aumentem. Este artigo incita a uma nova compreensão crítica das relações entre produção do sujeito e convenções gráficas com o intuito de analisar as visualizações de informação, mas também de as infundir com força afetiva que registe as dimensões humanas dos dados.
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